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Dia Internacional dos Animais usados nos laboratórios

24 abril

A ciência, a mesma que reconhece amplamente a senciência (e até a empatia) aos Animais, submete-os ao inferno na terra: a Experimentação Animal.

Todos os anos, centenas de milhares de Animais são destinados a experiências nos laboratórios portugueses:

São queimados, eletrocutados, induzidos a situações de pânico e ansiedade, infetados com doenças, mutilados, abertos, cozidos, injetados com substâncias tóxicas, sujeitos a lesões na medula, nos nervos, implantações intracranianas e outras torturas sem precedentes.

Se por um lado é um exercício penoso e quase insuportável pormo-nos no lugar de um Animal obrigado a viver toda a sua vida num ambiente de absoluta artificialidade, dentro de uma caixa de alguns centímetros e de onde só sai para o seu corpo ou a sua mente serem usados em experiências como as que acima descrevemos (sim…o menor dos seus problemas é a vida na caixinha de alguns centímetros), por outro lado, os Animais criados para experimentação circulam num sistema fechado e sigiloso que dificulta o acesso a informação capaz de gerar crítica, pelo que a sociedade civil parte em desvantagem para discutir o assunto.


Mas podemos questionar-nos, sempre partindo do pressuposto que o progresso do conhecimento científico é fundamental, porque é que ainda se fazem experiências em Animais, um método com mais de cem anos e amplamente criticado e posto em causa dentro da própria comunidade científica.

Ou porque é que os roedores são o “modelo” de eleição? A experimentação em Ratos parte de um pressuposto exclusivamente científico? Não são outras espécies mais próximas da humana?

Não ficaríamos chocados com a simples ideia de sujeitar Chimpanzés, por exemplo, ao que os Ratos e outras espécies são sujeitos nos laboratórios?

Mas não são os Ratos e os Chimpanzés capazes de sentir a dor, o medo, a angústia da mesma forma? São. E, ironicamente, quem o diz é a própria ciência.

Se um único ser humano não assegura com precisão como é que um medicamento atua noutro ser humano, como é que uma espécie distinta da nossa assegura essa mesma atuação?

Como podemos confiar nos dados reportados dos ditos estudos em Animais, se tem sido amplamente demonstrado dentro da comunidade científica que, imensas vezes, os estudos são mal calculados, ou exagerados e que milhares de Animais continuam a ser submetidos a experiências horrendas, nos pressupostos errados e com conclusões enviesadas?

A afamada ponderação do custo/benefício é a base do alegado “enquadramento ético” que regulamenta a experimentação em Animais, mas estudos revelam que o sistema falha redondamente, sujeitando os Animais a sofrimento atroz sem que haja qualquer benefício ou rigor científico.


E podemos questionar que relevância efetiva tem o princípio dos três "Rs" - substituir, reduzir, refinar (em inglês - replace, reduce, refine) se o número de Animais usados em experiências tem aumentado exponencialmente em Portugal e se não há investimento em métodos de substituição.


E não esqueçamos que há todo um negócio paralelo em torno da experimentação em Animais, que contribui ativamente para a resistência à mudança e trava o interesse e o investimento em metodologias de substituição: criadores especializados (que criam Animais exclusivamente para fins experimentais), fornecedores de equipamentos vários, instalação, assistência técnica, dietas especializadas, transporte, formação e treino, desinfeção, robotização e instrumentos de pesquisa.

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